segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Contra repressão em Bauru! Chamado para o Ato!

O Movimento Estudantil de Bauru luta há muito tempo contra a repressão dentro dos muros deste campus. E mesmo fora desses muros os atos de repressão ocorrem e são totalmente repudiados por quem está na luta aqui dentro. Há anos o Movimento busca derrubar a Portaria do GAC que proibe a permanência de qualquer pessoa após as 00:00h dentro das dependências do campus, e que é uma forma intensa de repressão a qualquer movimento político, artístico, cultural, acadêmico, seja evento estudantil ou simplesmente alojar pessoas no campus para eventos que necessitem do pernoite, prática comum em outras UNESPs.

Sendo assim no dia 23.06.2010 chamamos os estudantes para se manifestarem através de um evento intitulado "Ato-festa", com música e venda de espetinhos, e nesse "Ato-festa" defender a liberdade de expressão e repudiar a insistente repressão presente na UNESP. Na ocasião também estava acontecendo a greve dos funcionários das três universidades estaduais paulistas e o campus de Bauru foi um exemplo de mobilização e união em torno da pauta da qualidade de ensino e da ISONOMIA. Esse "Ato-festa" foi realizado também para apoiar, na prática, a mobilização da greve. Além de reivindicar agilidade nos processos de construção da Moradia Estudantil e Restaurante Universitário, que estão sendo mal-conduzidos pela Administração do campus e pela Reitoria, através de desculpas técnicas e responsabilização de outros órgãos, como CETESB e APLO.

Sabendo disse, o Grupo Administrativo do Campus (GAC) de Bauru, composto pelos três diretores das faculdades da UNESP-Bauru - a Faculdade de Ciências (FC), a Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação (FAAC) e a Faculdade de Engenharia (FEB) - chamou a polícia para que ela impossibilitasse o evento de ocorrer. Por volta das 22:00h da noite do referido dia, quatro viaturas da PM, incluindo dois camburões e escoltadas pelo senhor José Munhoz diretor, da Divisão Técnica Administrativa (DTAd) do GAC, entram no campus e se dirigem a concentração de estudantes no Bosque, local do campus onde seria realizada o "Ato-festa". Num ato extremo de manobra política repressiva e sem haver nenhuma ocorrência, a PM é chamada para minar a mobilização que se iniciava. Mas foi inútil! Os estudantes ali presentes, algo em torno de 100 estudantes, estavam conscientes dos seus diretos e juntos não permitiram que tal atitude subjugasse o Ato e assim decorreu, com duas plenárias com caráter de informação e debate sobre a Repressão na UNESP.

O "Ato-festa" foi político, informativo, consciente, pacífico, sem depredações nem ocorrências que justificassem a perda de tempo da PM que permaneceu no Bosque por aproximadamente duas horas sem fazer nada, com um camburão e um tenente presentes. Permitiu a muitos ali ver de perto o pensamento da UNESP sobre os estudantes, o que agora fica ainda mais claro. A repressão prossegue agora com a abertura de um PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR sobre os estudantes Diego Augusto dos Santos e Carmen Hannud Carballeda Adsuara, ambos do curso de Psicologia de Bauru e membros da Congregação da FC. Além deles também há o estudantes de pós-graduação Pedro Henrique Petri Xavier. Todos foram intimados a depor numa Comissão de Apuração, que tem a função de apurar se houve algo irregular no evento em questão. Mas vejam que lógica: O Senhor José Munhoz se incluiu na primeira plenária do Ato para tenter coagir os estudantes presentes a não realizar a mobilização e foi respondido com falas de repudio a sua postura autoritária perante o Ato. Mas, coincidentemente, só os nomes de dois que se manifestaram foram parar na apuração e justamente os dois que fazem parte da Congregação da FC. É muito simples ver que "escolheram" os nomes mais evidentes e os colocaram como se fossem réus e responsáveis por algo que um coletivo inteiro promoveu. Tenta-se usar de artifícios burocráticos para atacar e repreender o direito de transformar o espaço da universidade no que ele deve ser, vivo e efervecente, democrático, de idéias, ações, manifestações, etc.

Quarta-feira passada houve a notificação dos "indiciados" e sexta-feira próxima, dia 27/08, as 14:00h, no Departamento de Artes e Reprodução Gráfica da FAAC será a primeira reunião da comissão para ouvir os intimados. Nesta data o Movimento Estudantil chama um ato unificado contra a repressão e contra a perseguição política, pois está claro que é isso que está ocorrendo, uma "caça as bruxas" dentro da Universidade Pública! Isso fica ainda mais nítido quando se vê a composição da Comissão de apuração:
Prof. Dr. Luiz Antônio Vasques Hellmeister - docente do mesmo departamento do diretor da FAAC e presidente do GAC, Prof. Dr. Roberto Deganutti, além da secretária da comissão que é secretária do referido departamento;
Na comissão estão também a Profª. Drª. Vanilda Miziara Mello Chueiri - do Dpto. de Matemática e Prof. Dr. Luiz Gonzaga Campos Porto - da FEB. Ambos notórios reacionários da UNESP de Bauru.

E o presidente desta comissão é o Dr. Luiz Fernando Barcelos, enviado especial da reitoria, participante de várias perseguições políticas pela UNESP através de sua assessoria jurídica.
Esse é o quadro imposto à mobilização política de Bauru, reflexo da política adotada pela reitoria desta universidade. Agora é preciso do apoio da categoria dos estudantes do campus de Bauru através do ato sexta-feira, para que não se permita um retrocesso como esse. É preciso união entre estudantes e funcionários para acabar com essas atitudes autoritárias. Agora é momento de unir forças e dizer NÃO À REPRESSÃO!!!
Se não lutarmos contra a punição arbitrária de alguns, mais e mais perderemos espaço dentro da Universidade, a portaria continuará a existir e a nos impedir de trazer eventos para a Unesp-Bauru, sejam eles culturais, acadêmicos, estudantis ou políticos!

Sexta-feira, 27.08.10!
Às 14hs.
Concentração em frente à biblioteca!

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